Ex-presidente é alvo de acusações de golpismo | Foto: Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019/22) afirma que ele está ‘estarrecido e indignado’ com o teor da denúncia de golpismo apresentada nesta terça-feira, 18, em Brasília, pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Bolsonaro é acusado por crimes que teriam como objetivo a sua manutenção no poder. Em nota divulgada por seu advogado, Paulo Cunha Bueno, a defesa do ex-presidente ressaltou que ele ‘jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam’.

A denúncia, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), acusa Bolsonaro de ter conhecimento e concordado com um plano intitulado ‘Punhal Verde Amarelo’, que incluía ações para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do ex-presidente, que teria concordado com ele. A denúncia também menciona um relatório do Ministério da Defesa que reconhecia a inexistência de fraudes nas eleições de 2022, quando Bolsonaro foi derrotado por Lula.

A defesa de Bolsonaro rebateu as acusações, afirmando que não há elementos que conectem o ex-presidente à narrativa apresentada pela PGR. O advogado destacou que não há qualquer mensagem do então presidente da República que embase a acusação, mesmo após uma extensa investigação em seus telefones pessoais. A defesa classificou a denúncia como ‘inepta’, baseada em ‘uma única delação premiada, diversas vezes alterada’, e acusou Mauro Cid de mudar sua versão para construir uma ‘narrativa fantasiosa’.

Bolsonaro afirmou confiar na Justiça e acreditar que a denúncia não prevalecerá devido à sua ‘precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos’. O ex-presidente aguarda o desfecho do processo, mantendo sua postura de inocência e rejeitando as acusações que considera infundadas.

Além de Bolsonaro, a PGR incluiu mais 33 pessoas na denúncia, entre elas militares como o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa; e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Os crimes citados são golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A denúncia também revela que outros planos foram encontrados, incluindo um que terminava com a frase: ‘Lula não sobe a rampa’.

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