A esta altura dos acontecimentos e quase três semanas depois de as prefeituras e governos estaduais decretarem diversas medidas de isolamento social e afastamento das pessoas, parece incrível que alguém não tenha até o momento entendido a importância destas ações. Mas existem. Por isso não se deve cansar de dizer: ‘o isolamento social é a única medida eficaz para evitar a propagação do vírus’.

A medida de isolamento nem é de prevenção exclusiva para o contágio, é bom que se diga. Atinge mais a prevenção relacionada ao tratamento dos pacientes infectados. Em Angra dos Reis, por exemplo, a própria secretaria municipal de Saúde chegou a estimar o contágio de até 40 mil pessoas. A cidade corre contra o tempo para abrir 100 leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI). Se houver 40 mil infectados simultaneamente, seriam necessários 800 leitos de UTI. É certo que mais da metade destas pessoas poderia até morrer por dificuldades no atendimento.

— Se nós não tivermos condições de tratar destes doentes de forma imediata, as pessoas vão morrer. Por isso é preciso ‘achatar a curva’, ou seja, dar condições de atendimento mais adequadas para termos chance de salvar as pessoas — resume o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Reprodução/MS

‘Achatar a curva’ significa controlar a expansão da doença (veja no gráfico). Ou pelo menos tentar. Até o fim de março o número de casos parece sob controle nas cidades de Angra dos Reis e Paraty, somando pouco mais de 30 ocorrências sob suspeita. As duas curvas até aqui permanecem ideais e são frutos, sim, das medidas tomadas até agora pelas prefeituras, sobretudo de isolamento.

Existe pressão de setores do comércio para que as medidas sejam afrouxadas mas os prefeitos garantem que elas o serão à medida que a curva no número de casos mostre-se estável ou indique queda. Neste momento, porém, a tendência ainda é de aumento dos registros.

As ações de isolamento começaram no último dia 13 de março e começaram com a suspensão das aulas na rede pública. Angra começou e foi seguida por Paraty. Após as escolas, foram fechados também os meios de hospedagem, passeios naúticos e de turismo, e por último o comércio não essencial. Como ainda existem supermercados, lojas de materiais de construção e serviços variados funcionando, cabe a cada cidadão fazer a sua parte para restringir a transmissão do vírus.

— É uma guerra contra um inimigo invisível mas que pode afetar muito a nossa saúde. A quarentena é fundamental e o isolamento que decidimos desde o primeiro dia. Vamos fazer a nossa parte — acredita o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão.

Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (nº 278)

Fotos: Klauber Valente

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