Previsões precisas sobre eleições proporcionais como as de vereador não são tarefa fácil. São muitas variáveis a considerar numa disputa em que um voto nem sempre ‘vale um voto’. Em Angra dos Reis, as mudanças na forma de contagem dos votos (veja abaixo) e o fim das coligações podem levar a trocas significativas na composição do Legislativo, havendo porém ao menos 4 ou 5 vereadores com muitas chances de conquistarem a reeleição.
Como dito, apesar de ser difícil cravar previsões, há alguns indicativos permitindo prever cenários altamente factíveis. Parece consolidado de imediato, por exemplo, que qualquer partido terá dificuldade de repetir o desempenho do MDB em 2016, quando elegeu 5 vereadores. Isso não se repetirá. O mais provável é que a ‘maior bancada’ seja no máximo de três parlamentares. As legendas Patriotas (51), Cidadania (23), PSD (55) e MDB (15) são as agremiações que podem liderar possivelmente em número de eleitos. No Patriotas, a aposta principal é no desempenho de Léo da Marmoraria, que tem amplo apoio de setores do governo municipal. Já Dudu do Turismo (foto) e Branco lideram nas previsões no PSD entre os mais votados. No MDB, que já tem as 3 vereadoras (Titi, Jane e Luciana Valverde), ao menos uma delas estará disputando a liderança com novidades como Claudio Paquito, Nilsinho Batalhador e Marcos Silva. No Cidadania, os líderes com chances de eleição são Obina e Rubinho Metalúrgico, além do ex-vereador Chapinha.
Num segundo pelotão, entre as legendas que podem eleger até 2 vereadores estão os partidos que têm candidato a prefeito e são beneficiados por isso, por causa da votação em legenda, que é quando o eleitor vota no partido. No PDT (12), as apostas são Hemmely Costa (foto), o pastor André Corrêa e o ex-vereador Eduardo Godinho. No Progressistas, disputam com boas chances Canindé e Gabi do Greg. O Republicanos (10) aposta no desempenho de Wal do Açaí para eleger, quem sabe, também o pastor Leonardo. Com dois vereadores, o PSC (20) pode manter a escrita. Um dos que tem chance de renovar o mandato é Marquinhos Coelho, mas está disputando com nomes relevantes como o próprio vereador Flavinho. Aqui, o desempenho da soma de todos os candidatos será decisivo.
Com chances de eleger apenas um vereador estão o PL, com Thimóteo Cavalcanti e o PTC, onde Helinho e Andrei Lara disputam a dianteira. Confirmada esta composição, perderiam em representatividade, bairros como a Japuíba e os morros do Centro.
Sobras — Com chapas menos competitivas, as demais legendas disputarão as chamadas ‘sobras’, restando a chance de serem eleitos um ou até dois vereadores neste campo. De novo, o desempenho de toda a chapa é determinante. Neste caso estão o PT, onde Cristiane Marcolino e Hugo têm chance; o PCdoB, com Eduardo Leão e o PSL, com Fábio Matos ou Jeffinho disputando a dianteira.
Com quantos votos se elege um vereador em Angra?
A eleição de vereador ocorre após uma conta que é relativamente complicada. Ter votos nominais não é suficiente. É preciso que os demais candidatos do partido também sejam bem votados e garantam a quantidade mínima exigida.
Na eleição para vereador é o partido que recebe as vagas e não o candidato. Leva-se em consideração o chamado coeficiente eleitoral. São eleitos os candidatos que tenham obtido votos em número igual ou superior a 10% deste coeficiente, que é o resultado da divisão entre a quantidade de votos válidos (excluindo os votos nulos e brancos) e o número de vagas, que, no caso de Angra são 14. Projetando-se ao menos 75% apenas de votos válidos, o coeficiente eleitoral em Angra em 2020 deve ficar na casa do 7,0 mil votos. Cada vez que a legenda alcança este número elege um vereador.
As vagas não preenchidas com a aplicação do coeficiente e a votação mínima são as chamadas ‘sobras’. Havendo, elas serão distribuídas entre todos os partidos, independentemente de terem ou não atingido aqueles 7 mil votos mínimos. Esta é a principal mudança na contagem este ano. Até 2016, partidos que não tivessem atingido o coeficiente não ocupavam vagas.
Fotos: Reproduções
Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (nº 300)
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