Bate boca entre os vereadores marcou a sessão | Foto: Reprodução

Atualizado às 13h35

A política em Paraty, sempre acirrada, fez jus ao histórico recente e já na sessão de posse da nova legislatura e do prefeito Zezé Porto (Republicanos) levou um grupo de vereadores recém empossados até a delegacia. A confusão foi causada por uma ação que beneficiou o presidente da Casa, vereador Paulo Sérgio (PSD), chamada de ‘golpe’ pelos adversários, e que garantiu o próprio Paulo Sérgio, pelo menos por ora, na liderança do Legislativo local no período 2025/26.

A discórdia na verdade começou em outubro do ano passado. Os partidos aliados do ex-prefeito Vidal (2019-24) elegeram seis vereadores, incluindo dois da Federação PT/PV, e os aliados de Zezé elegeram cinco, incluindo Paulo Sérgio. Desde outubro, os dois grupos vinham buscando um consenso para a primeira Mesa Diretora da legislatura. Como a maioria é bem estreita (de apenas um), a disputa chegou até o dia da posse indefinida.

O grupo de oposição a Zezé afirma que o vereador Vaguinho (PT) topou liderar a chapa adversária a Paulo Sérgio, com o voto antecipado de cinco colegas; já os aliados do prefeito incluíram o mesmo Vaguinho na chapa governista, como vice-presidente e alcançando os mesmos seis votos. No dia da posse, no entanto, Vaguinho negou o acordo governista. E protocolou outra chapa concorrente, liderada por ele mesmo. Ato contínuo o vereador Picó (Avante), que presidia a sessão por ser o mais idoso, determinou ao vereador Eric Porto (Republicanos), ambos aliados de Paulo Sérgio, que ignorasse a segunda chapa inscrita e desse a vitória antecipada, sem a votação nominal, à única chapa lida até o momento que incluía o nome de Vaguinho. Aí foi o suficiente para começar um bate-boca que interrompeu a sessão e impediu até a posse formal do prefeito Zezé, que deixou o ambiente ainda no meio do tumulto.

Os seis vereadores derrotados pelo grupo de cinco levarão o caso à Justiça e fariam registro da situação na Polícia Civil a fim de embasar uma eventual decisão judicial. O grupo alega que Vaguinho retirou o nome da chapa de Paulo Sérgio no tempo regimental e que a votação nominal, vereador por vereador, deve ocorrer como determina o regimento da Casa, para que a eleição do novo presidente seja considerada válida. A ata de ‘eleição’ da nova Mesa Diretora não leva as seis assinaturas dos inscritos na oposição.

Nas redes sociais, Vaguinho afirmou ter comunicado sua desistência da chapa governista há mais de uma semana, protocolou a saída do grupo e não autorizou a inclusão de seu nome na Mesa Diretora liderada por Paulo Sérgio. Vaguinho chamou a direção eleita de ‘ilegítima’ por não obter, no voto, o apoio da maioria dos integrantes da Casa.

O Tribuna Livre tenta contato com o presidente Paulo Sérgio para esclarecimentos.

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