Vereador Claudinho critica gastos na pandemia em Angra e fala em ‘desperdício’

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O vereador Claudinho Pereira, ou só ‘Claudinho, como ele prefere, trocou o Partido Liberal pelo PDT em março de olho numa chance de participar do processo eleitoral de novembro. Antes de retornar à Câmara Municipal angrense, Claudinho tinha ficado quase dois anos fora da política, período em que voltou a trabalhar como agente de trânsito. Desta época, ele diz ter trazido alguns ensinamentos.

— A política é dinâmica né?! Num dia você está por cima, com autoridade e acesso à pessoas, no outro, perde a influência. O que você faz neste período é o que define o seu caráter — acredita ele.

Em 2018, após uma virada de mesa na Câmara, Claudinho acabou escolhido presidente do Legislativo até o final deste ano. Os dois anos de mandato como gestor da Casa Legislativa são outro aprendizado na trajetória do parlamentar, que exerce o seu segundo mandato.

— Ser presidente foi um oportunidade que passou diante de mim e eu resolvi aceitar. Tenho contado com apoio dos demais vereadores e da Mesa Diretora, além dos corpos técnico e efetivo da Câmara Municipal. Quando você está cercado de boas pessoas, a chance de você acertar é maior. Sou uma pessoa calma, tranquila, que gosto de ouvir antes de tomar as decisões — explica.

A Câmara Municipal de Angra dos Reis tem um orçamento de R$ 35 milhões em 2020. Para muita gente o gasto com os parlamentares é considerado alto, mas o Presidente defende a Casa.

— Os vereadores são a primeira linha de defesa da população. Todas as grandes questões relevantes do município, de uma forma ou de outra acabam sendo debatidas na Câmara. Se existe uma ou outra crítica ao trabalho dos vereadores, elas são bem vindas — diz ele.

Nas últimas semanas, Claudinho engrossa críticas ao prefeito Fernando Jordão (MDB). Ele já se considera ‘na oposição’ e tem visto seus pedidos de informação serem rejeitados pela maioria governista. No mais recente deles, Claudinho propôs que o prefeito e o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Mucheli, fossem à Câmara para prestar informações sobre a pandemia do coronavírus. A proposta foi rejeitada pela maioria dos seus colegas.

— Quem perde é a população. Continuo acreditando que é uma obrigação do prefeito e dos secretários darem todos os esclarecimentos à população que forem pedidos, sobre quaisquer assuntos. Vou insistir nisto nas próximas sessões — promete Claudinho.

Claudinho diz que há ‘desperdício de recursos’ na condução da saúde

O presidente da Câmara Municipal de Angra dos Reis, o vereador Claudinho (PDT), confirmou ao Tribuna Livre a intenção de ser candidato a prefeito na eleição de novembro. A confirmação, claro, só se dará após a convenção do seu novo partido, o PDT, em setembro. Até lá, Claudinho tem visitado os bairros e conversado com lideranças comunitárias, tomando os cuidados de distanciamento social. Ele respondeu às perguntas desta entrevista por meio de aplicativo de mensagens:

O vereador Claudinho critica a ação da prefeitura na pandemia

Para o senhor, que deveria ser a prioridade da prefeitura neste momento?
Claudinho — Acho que agora devemos criar mecanismos para sair desta quarentena com segurança, salvando o máximo de vidas e tomando medidas para minimizar as muitas perdas econômicas das famílias angrenses, que já vinham sofrendo ao longo dos últimos anos, o que infelizmente, esta pandemia só fez aumentar neste momento.

O senhor criticou a ajuda de R$ 100 oferecida pela prefeitura às famílias de baixa renda em Angra. De onde viriam os recursos para aumentar este valor?
Claudinho — Estamos vendo o desperdício de recursos feitos nas compras da Fundação de Saúde (sic). Isso deixa muita gente perplexa. Se o governo atual tivesse feito as compras com mais critérios, economizaria dinheiro público, e se poderia aumentar este valor para as famílias. Outro gasto que me parece indiscriminado é com o asfalto. Asfaltaram-se ruas que estavam em bom estado e necessitavam apenas de uma manutenção com manta asfáltica. Não parece ter havido critérios nestes gastos.

Angra tem um número alto de desempregados, o que deve aumentar agora. Como a cidade pode gerar empregos e se recuperar economicamente no futuro?
Claudinho — Este é o maior desafio. Foi prometido fazer o angrense voltar a sorrir e isso não aconteceu. O que constatamos foi o aumento da pobreza e do desemprego e nenhuma ação do município em pelo menos tentar minimizar esta realidade. Nenhum emprego novo foi criado pelo atual governo em quase quatro anos de mandato.
Não se pode ter o discurso fácil como estou vendo em uns e outros que eu acho até mais parecidos com o atual governo, em que se prometeu tudo e nada fez.
Eu defendo que se una a educação com a geração de emprego e de renda. Andando nas comunidades o que vejo é uma população jovem e sem perspectivas e nenhuma preocupação da atual gestão com esta realidade.
Precisamos incentivar a vinda de empresas para a cidade e reforçar os pilares da nossa economia, o que passa pela valorização do turismo com alternativa real. Nunca a cidade prestou atenção de fato ao potencial do turismo.

Que ideias o senhor vai defender durante esta fase de pré-campanha?
Claudinho — Educação com geração de emprego e renda. Acredito que estas políticas públicas devam andar de mãos dadas. Nossa população é inteligente, nossos jovens têm grande capacidade, mas têm que ter oportunidades para vencer os desafios.

O senhor acredita que o adiamento da eleição altera a disputa? Como o eleitor vai avaliar isto?
Claudinho — O eleitor terá tempo para conhecer as propostas de quem lhe pede voto e confiança. Sou o único pré-candidato que representa a renovação de fato. Não sou vinculado às famílias que se alternam no poder na cidade e que nos colocaram nesta situação. E muito menos sou alguém que não conhece a cidade e nunca teve identidade com nossas comunidades.
Tenho orgulho de ter nascido aqui, constituído minha família aqui e sempre ter acreditado no potencial da cidade. Angra tem como sair deste momento de desilusão que tem vivido nos últimos anos.

Fotos: Reprodução

Publicado antes nas edição impressa do Tribuna Livre (nº 287)

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