O Brasil conseguiu reduzir drasticamente a insegurança alimentar severa no último ano, reduzindo em até 14,7 milhões de pessoas, o número de brasileiros que passam fome. O dado está na edição 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024), divulgado nesta quarta-feira, 24, no Rio.
A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Percentualmente, a queda foi de 8% para 1,2% da população.
— Os dados das Nações Unidas indicam que estamos no caminho certo. Em apenas um ano de governo, reduzimos a insegurança alimentar severa em 85%. Tiramos 14,7 milhões de brasileiros e brasileiras dessa condição — afirma o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias.
Segundo a metodologia da ONU, a insegurança alimentar severa é quando a pessoa está de fato sem acesso a alimentos, e passa um dia inteiro ou mais sem comer. Representa a fome concreta que, se mantida regularmente, leva a prejuízos graves à saúde física e mental, sobretudo na primeira infância, no desenvolvimento e na formação cognitiva.
O relatório divulgado é produzido conjuntamente por agências da ONU e atualiza anualmente o chamado ‘Mapa da Fome. A ONU destaca avanços importantes no combate à fome no Brasil e mostra ainda que a insegurança alimentar severa caiu de 8,5%, no triênio 2020-2022, para 6,6%, no período 2021-2023, o que corresponde a uma redução de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros nesse grau de insegurança alimentar. Em números absolutos, quatro milhões saíram da insegurança alimentar severa na comparação entre os dois períodos de três anos.
O Brasil já tinha saído do ‘Mapa da Fome’ em 2014 e sustentava a posição até 2018. Entre 2019 e até 2022, contudo, vinha em tendência de crescimento da pobreza, extrema pobreza e crescimento da insegurança alimentar e nutricional. Voltou ao Mapa da Fome no triênio 2019-2021 e se manteve no triênio 2020-2022.
— Os dados desta edição do relatório nos deixam ainda mais confiantes de que iremos retirar o Brasil do Mapa da Fome já no triênio 2023 a 2025. Continuaremos trabalhando de forma a não deixar ninguém de fora da rede de proteção social e para que nenhum brasileiro ou brasileira tenha mais que sofrer com esse suplício — celebra Wellington Dias.
A prevalência da insegurança alimentar moderada ou grave permaneceu praticamente inalterada na África, Ásia, América do Norte e na Europa entre 2022 e 2023, e se agravou na Oceania. Em contrapartida, o relatório registra progressos notáveisna América Latina, em parte em função dos resultados do Brasil.
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