Número de moradores de rua cresce e ocupa áreas turísticas e comerciais de Angra

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Pessoas em vulnerabilidade ocupam espaços turísticos na cidade. | Foto: Arquivo/Marcelo Elias/Gazeta do Povo.

Apesar de ser destacada na novela das 9 da Rede Globo por suas paisagens deslumbrantes, Angra dos Reis enfrenta uma realidade preocupante. Nos últimos meses, a cidade vem registrando um aumento significativo de moradores em situação de rua, especialmente em pontos turísticos como o Cais de Santa Luzia e o Aterro do Carmo.

Essas áreas, essenciais para o turismo local, têm sido ocupadas por acampamentos improvisados, frequentemente por pessoas que não são residentes de Angra dos Reis. Muitos utilizam esses espaços como abrigos para o consumo de álcool e drogas, o que tem gerado preocupação entre turistas e moradores.

No Cais de Santa Luzia, principal ponto de partida para passeios pelas ilhas da região, o aumento da população de rua tem afastado os visitantes. No Aterro do Carmo, um local de estacionamento disputado pelos moradores, a presença de usuários de drogas, que se escondem atrás de tapumes, piora a situação, dificultando o uso do espaço público.

Um morador, que preferiu não se identificar, relatou a falta de ação das autoridades municipais e de segurança para enfrentar o problema. Segundo ele, muitos dos moradores de rua são de outras cidades e recusam o acolhimento em abrigos locais. Ele destacou ainda as condições precárias do Aterro do Carmo, onde o matagal, lixo e automóveis abandonados têm se tornado focos de doenças, como ratos e mosquitos.

“É angustiante ver nossa cidade, que amamos tanto, sendo tomada por essa insegurança. Muitos de nós evitamos o comércio local por causa do assédio constante”, desabafou o morador. Ele também questionou a atuação da Secretaria de Assistência Social e da polícia local, alegando falta de medidas eficazes para lidar com a situação, como a abordagem de criminosos entre os moradores de rua e a falta de internação compulsória quando necessária.

O cenário tem gerado debates sobre os direitos dos moradores de rua versus a segurança e bem-estar da população local. Enquanto a cidade busca maneiras de enfrentar o problema, a beleza natural de Angra dos Reis continua sendo ofuscada por essa crise social que parece longe de uma solução.

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