A prefeitura de Angra dos Reis fez uma pajelança na terça-feira, 18, e chamou de moção de agradecimento a ação do governo federal para liberação de áreas da União no São Bento onde o município pretende que seja construída uma marina privada. O projeto já tem quase 30 anos mas não andava exatamente pelo desafio de patrimonialidade das áreas pretendidas, todas sob gestão da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). A ação de ‘agradecimento’ foi estendida ao ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio; ao presidente da CDRJ, vice-almirante Francisco de Magalhães Laranjeira, que nem veio ao evento e foi representado por um diretor; e à deputada federal reeleita Soraya Santos (PL/RJ). Eles receberam uma placa com a moção inventada pela prefeitura.
Para a prefeitura, a liberação das áreas do São Bento (lote IV) é uma grande conquista. Desde 2015, na gestão da ex-prefeita Conceição Rabha (2013/16) o município já tinha a propriedade da área do estacionamento usado pela empresa de ônibus ao lado e da praça do Porto. Ter área livre é o primeiro passo para viabilizar a tão sonhada marina.
— A liberação do lote IV é uma conquista para Angra. A marina vai gerar cerca de 6 mil empregos diretos em nossa cidade, fomentando o turismo e contribuindo para o desenvolvimento econômico. Tudo em Angra dos Reis está tendo um dedo do governo federal — comentou o prefeito angrense Fernando Jordão (PL).
A cidade também aproveitou a presença do ministro em Angra para pedir atenção a outros gargalos de infraestrutura e desenvolvimento como a reativação da linha de ferro entre Barra Mansa e Angra, o incremento à movimentação no porto e a duplicação da rodovia Rio-Santos (BR-101), tarefa que agora nem cabe mais à União já que a via foi privatizada.
O projeto marina São Bento visa requalificar todo o Centro de Angra, tanto para moradores quanto para turistas. Pretende ser uma expansão da cidade, ocupando uma área total de mais de 337 mil m². O secretário de Governo da cidade, Cláudio ‘Ferreti’, adianta a meta do município.
— A marina São Bento será um novo bairro para o Centro, com muitas oportunidades de trabalho. Estamos no caminho certo, pois hoje contamos com a ajuda do governo federal. Temos que ter vontade, foco e muito trabalho para avançarmos — acredita ‘Ferreti’.
O projeto do município (foto) prevê área para o terminal transatlântico, hotéis, apart-hotéis, escritórios, centro comercial, salão de convenções, centro náutico, escola náutica, espaço reservado para a Capitania dos Portos, torre de controle, áreas de expansão, áreas cobertas, hangar para reparos e pinturas, hangar para empilhadeiras, área administrativa, estacionamento e edifício-garagem.
Ainda não está definido, obviamente, o modelo de concessão destas áreas à iniciativa privada e muito menos a eventual garantia de acesso dos angrenses ao espaço físico que hoje, mesmo parcialmente ocupado, pertence a toda a população da cidade. Numa corrida de mil metros, a liberação das áreas é, no máximo, os primeiros três metros de uma longa caminhada.
Foto: Wagner Gusmão/PMAR
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