Angra busca saídas após colapso de empregos nos setores naval e de construção

Cidade que mais gerou desempregados no Sul Fluminense nos últimos dez anos, Angra dos Reis tenta encontrar saídas para novas vagas no mercado de trabalho, enquanto torce para dias melhores nos setores de construção civil e da indústria naval. Nos últimos dias, o movimento de empresários trouxe esperança para a população.

O prefeito angrense, Fernando Jordão (MDB), é um dos que lidera esta tentativa de atrair investidores e, claro, gerar empregos novos. Na semana passada, Jordão recebeu em Angra o empresário Luciano Hang, líder da loja de departamentos Havan, hoje com mais de 120 lojas em todo o país. Hang publicou imagens em suas redes sociais, informando que a passagem por Angra tratava-se de uma ‘visita técnica’ com a intenção de abrir uma nova filial do grupo. Não houve nenhum anúncio, porém, um dos locais visitados foi a sede da antiga concessionária Angracar, na Praia da Chácara, cuja área poderia abrigar o investimento. Hang encontrou-se com Fernando Jordão no Colégio Naval, no Centro (foto). Hoje a Havan tem apenas uma loja na região, em Volta Redonda, e outra em construção na cidade de Resende, com previsão de inauguração em 2020, feito comemorado pelo prefeito local, Diogo Balieiro Diniz (PSD).

— Recebi com muito carinho o Luciano Hang. Ele veio à cidade a meu convite para conhecer a população, o comércio local e pontos turísticos com o objetivo de avaliar grandes investimentos na cidade — afirmou Fernando nas suas redes sociais.

Em outro movimento, o prefeito também recebeu, desta vez em seu gabinete na sede do Governo, no Centro da cidade, o empresário Erasmo Gonçalves, líder do grupo de lojas atacadistas Dom. A empresa acaba de abrir um empreendimento em Realengo, no Rio de Janeiro, e planeja inaugurar sua próxima unidade em Angra dos Reis. O encontro com o prefeito foi para a entrega dos alvará e licença de construção para o galpão da empresa (foto), cuja obra já foi iniciada. O próprio empresário afirma que o empreendimento gerará 250 empregos diretos, podendo impactar outros setores e todo o entorno da construção, na Japuíba.

— Nós estamos de portas abertas para receber a todo empresariado que quiser gerar empregos e oportunidades na nossa cidade — afirmou Jordão.

Durante a entrega das licenças, Gonçalves elogiou o relacionamento que teve com a prefeitura de Angra dos Reis, a quem agradeceu pela orientação durante a fase de legalização do empreendimento, segundo ele com uma postura ‘proativa’ e informativa a respeito dos trâmites para a liberação da obra. A previsão de abertura do atacadista ainda é antes do final do ano.

Construção — Outros empreendimentos na área imobiliária também mostram-se com potencial de geração de empregos no setor da construção civil. Há pelo menos dois condomínios iniciando a comercialização de terrenos, no Pontal e na Itanema, e outros dois em processo de licenciamento, também na região do quarto distrito. Na construção civil, no entanto, a maior expectativa está na retomada das obras na usina Angra 3, o que só deve ocorrer no segundo semestre do ano que vem, dependente ainda de financiamento do governo federal e de parceiros internacionais, com a China em vantagem.

Menos expectativa há no setor naval. Desde o início da operação Lava-Jato e o fim das contratações de obras pela Petrobras, a partir de 2015, o estaleiro Brasfels viu minguar suas encomendas e, claro, os empregos. Hoje são menos de 1.000 funcionários no parque industrial. A esperança é um acordo que possa levar à retomada dos projetos de sondas para a empresa Sete Brasil. Sem isso, o estaleiro tem pequenas obras até o primeiro semestre do ano que vem, que devem manter a empregabilidade no local neste mesmo patamar.

• Fotos: Reprodução/Redes Sociais

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