Prefeito recebe o cartão saúde número 1 | Foto: Luis Lara/PMAR
Uma reunião ampla com a presença de vereadores, secretários municipais, lideranças comunitárias e a imprensa foi o formato escolhido pela prefeitura de Angra para apresentar à população um balanço das ações e investimentos na saúde pública desde 2020 e ainda anunciar novos serviços a partir de 2024. No ano que vem, o orçamento total da saúde está perto de R$ 650 milhões, quase um terço da arrecadação total da cidade. O próprio prefeito angrense, Fernando Jordão (PL), comandou a prestação de contas.
— Quem achar que está tudo maravilhoso, já morreu. Mas hoje muita gente está vindo de planos de saúde para buscar atendimento no hospital da Japuíba e na nossa maternidade. Nossa meta agora é parar de transferir pacientes para outras cidades. Temos que fazer tudo aqui — avaliou o prefeito.
Entre os investimentos anunciados no encontro da quarta-feira, 20, está a implantação do Cartão Saúde, uma identificação dos usuários de qualquer serviço de saúde público da cidade. Nele, estará todo o histórico do paciente, incluindo consultas, exames e cirurgias realizadas, além de medicamentos recebidos. O cartão terá o nome da pessoa e um código de barras, que promete agilizar o atendimento. Nas próximas semanas, o cartão será entregue a 47 mil pessoas cadastradas pelos agentes comunitários de saúde.
De acordo com a prefeitura, o Cartão foi ideia do secretário de Governo, Cláudio Ferreti. Segundo ele, a ideia da administração angrense é gerar um ‘sentimento de pertencimento’ aos usuários da saúde pública.
— Cada paciente será tratado de forma única, com todas as suas informações e histórico médico, sejam dados de medicamentos, consultas ou outros serviços — previu Ferreti.
O secretário municipal de Saúde, Glauco Fonseca, apresentou números extraordinários dos serviços oferecidos em Angra. E lembrou que muitos municípios vêm passando dificuldades desde a pandemia (2020). Segundo Glauco, 84% da população angrense é usuária do Sistema Único de Saúde (contra uma média nacional próxima de 70%).
Em 2023, foram realizadas ao menos 164 mil consultas em 15 especialidades médicas, além de 960 mil exames diversos. Nos postos de saúde, o número de pessoas atendidas dobrou de 33% da população em 2021 para 66% em 2023, com destaque para o aumento nas consultas de hipertensão, diabetes e pré-natal, que ocorrem sobretudo na atenção básica, as unidades Estratégia Saúde da Família (ESF’s).
Além disso, o Hospital Municipal da Japuíba realizou 105 mil atendimentos de emergência e 6 mil cirurgias. O Centro de Oncologia, que fica na unidade, atende a 95% dos pacientes com câncer em Angra, reduzindo a necessidade de transporte e tratamento fora da cidade.
Para 2024, os secretários de Governo e de Saúde anunciaram um mutirão de quase 450 procedimentos de endoscopia e colonoscopia, compra de equipamentos para cirurgias menos invasivas na Hospital da Japuíba, a ampliação da maternidade para Hospital da Mulher (centralizando as cirurgias e procedimentos do público feminino) e ainda a criação do Hospital do Olho, que também reduzirá o envio de pacientes para outras cidades.
— O secretário Ferreti disse que se houver um único paciente dependendo de atendimento que a gente possa fazer aqui, vamos fazer — afirmou Glauco.
Investimentos também em esportes e meio ambiente em 2024
No encerramento da reunião, Ferreti ainda anunciou a desapropriação do complexo do Grêmio Desportivo Verolme (GDV), que foi entregue em 2017 a uma associação privada e hoje está completamente destruído; a construção de uma arena de lutas marciais para contemplar, segundo ele, mais de 5 mil praticantes na cidade; e investimentos em saneamento em parceria com os governos federal e estadual.
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