Caso foi registrado na 167ª DP. | Foto: Divulgação/DD

A Polícia Civil de Paraty encerrou o biênio 2017/18 com um recorde de 436 prisões, o que praticamente desmantelou as principais conexões das facções criminosas e do tráfico de drogas no município.

Na ocorrência mais recente, em dezembro, a prisão de uma mulher de 36 anos, acusada de ser a chefe do tráfico de drogas na cidade e  ligada a facções criminosas de Angra dos Reis, foi o mais duro golpe sofrido pelas organizações criminosas no município.  A acusada, conhecida na região da Mangueira como ‘Drika’, foi presa no dia 4 de dezembro.

Segundo a polícia, ‘Drika’ assumiu o controle do tráfico na Mangueira após a morte de seu companheiro, que era ligado às facções do crime organizado de Angra. Em pouco menos de três anos, de acordo com a Polícia, ela assumiu o comando das atividades do tráfico e teria sido alçada a fazer a conexão com traficantes do Frade, bairro de Angra.

É imputada a ‘Drika’ uma ordem para assassinar uma adolescente de 17 anos em outubro do ano passado. A jovem foi morta a tiros numa rua da Mangueira e o motivo para o crime seria vingança.

Desde a ocorrência, o setor de inteligência da Polícia Civil passou a monitorar os passos da mulher, na intenção de  comprovar o seu envolvimento com o crime. Em seguida ela teve um mandado de prisão expedido, mas, antes que fosse presa, ainda foi vítima de um atentado num confronto com um rival da Ilha das Cobras. Após levar um tiro, ‘Drika’ foi hospitalizada e, ao receber alta de internação, acabou presa, sendo encaminhada para o complexo penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro. O homem acusado de ter atirado contra ela também foi preso.

Para a Polícia Civil, ‘Drika’ está envolvida em outros crimes e até assassinatos ocorridos em Paraty no ano de 2018.

— É uma das principais prisões efetuadas nos últimos dois meses — resume o delegado André Neves, então titular da 167ª DP (Paraty).

O recorde de prisões nos dois últimos anos e o quadro de quase desmantelamento das quadrilhas se tornaram fatores de motivação para a equipe da Polícia Civil em Paraty. Foram 238 autos de prisão em flagrante em dois anos e 160 cumprimentos de mandados de prisão.

O novo delegado titular da 167ª DP, Marcelo Giovanni Russo, assumiu há menos de dez dias com a missão de manter a mesma linha de atuação de seus antecessores. Na primeira semana de trabalho comandou a prisão de um homem suspeito de assassinar a ex-mulher no Corisco.

— Meu objetivo é de total comprometimento e dedicação à realização de um trabalho de excelência da Polícia Civil em Paraty — afirmou o delegado na ocasião da prisão do suspeito.

Segundo integrantes da polícia, novas ações contra a atuação de traficantes nos bairros estão sendo planejadas para breve, como fruto de investigações que seguem continuamente. Todo esforço da corporação é para evitar que bandidos ligados às facções criminosas que atuam na Costa Verde tentem reorganizar o tráfico na cidade.

As ações integradas envolvendo as polícias Civil e Militar, investimentos e uma atuação mais efetiva da Guarda Municipal melhoraram também a percepção de segurança em Paraty.

Em comparação com o cenário de alguns anos atrás, a própria população parece reconhecer que a criminalidade está perdendo espaço para as ações mais proativas dos organismos de segurança.

— Melhorou sim. A gente já não percebe tanta insegurança e as pessoas estão voltando até a sair de noite. Sempre tem polícia na rua, então está melhor — diz um comerciante da Ilha das Cobras, bairro que sofre com a violência.

Para a população, a segurança é vital para o desenvolvimento, especialmente do setor de turismo, que vive da movimentação intensa de pessoas.

— No Pantanal (bairro de Paraty), estamos com uma sensação de muito mais segurança nas ruas. Recebi um casal amigo meu há duas semanas e eles já haviam morado no bairro há dois anos. A diferença que eles perceberam foi grande. Não tem mais aquela molecada nas ruas, cercando os carros ou vigiando quem entrava. E a iluminação pública melhorou bastante — disse um comerciante da avenida Primavera.

O esforço é reconhecido também pelo setor turístico, responsável por boa parte da arrecadação do município. Para manter a cidade atrativa, a segurança é fundamental, avalia o secretário de Turismo Edson Moura.

— Os turistas se preocupam muito com a segurança, então a gente vê com entusiasmo o esforço da polícia e também da Guarda Municipal para coibir os crimes. Tivemos uma queda no número de furtos no ano passado e acredito que isso tem relação com as ações preventivas — avalia o secretário.

 Publicado antes na edição impressa nº 238 do Tribuna Livre.

Fotos: Divulgação

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