Os especialistas e analistas costumam dizer (e provar) que em eleições polarizadas como a que presenciamos este ano, na disputa pela Presidência, todo voto e qualquer colegiado de eleitores, por mais insignificante que possa parecer à primeira vista, pode acabar fazendo a diferença no cômputo final. Assim é, por exemplo, que a ampla vantagem que a ex-ministra Dilma Roussef (PT) impõe ao ex-governador José Serra (PSDB) no Nordeste (algo como 3 por 1) – adubada pela altíssima popularidade do presidente Lula (mais de 90% em algumas regiões) – parece assegurar-lhe a dianteira nas sondagens, mesmo nas que colocam esta ponta dentro da margem de erro.

Dilma também estaria em vantagem nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte mas em diferenças menores. Serra lidera no Sul do país no que parece ser uma tendência que deve ser confirmada nas urnas. E é nesse contexto que o resultado das eleições presidenciais no Rio de Janeiro pode ganhar importância mais relevante no saldo final da disputa. Como também lidera com folga no Estado, Dilma pode ampliar ainda mais esta vitória nas próximas semanas e até mesmo decidir a eleição em solo fluminense. Com uma tradição de voto ‘à esquerda’, que vem desde a redemocratização, e confirmando-se as atuais sondagens, o Rio de Janeiro poderá ter um peso considerável na vitória/derrota de Dilma. O adversário direto da petista, José Serra (PSDB), não tem uma campanha organizada no Estado, nem tampouco palanque à altura para enfrentar, por exemplo, o apoio de 90 dos 92 prefeitos fluminenses à campanha PT/PMDB. A verde Marina Silva (PV) parece ter avenida maior de crescimento por aqui que o próprio tucano. O alerta amarelo já soou nas duas campanhas: na de Dilma, a ordem é ampliar a vantagem, valendo-se dos cabos eleitorais mais fortes que possui nos principais partidos da coligação, em especial o governador Sérgio Cabral (PMDB) e seu vice Pezão (PMDB) e os petistas, liderados pelo deputado federal Luiz Sérgio (PT); no staff de Serra, a meta é evitar uma derrota muito dura, com o apoio de líderes serristas como César Maia (DEM) e aumentando a presença do candidato a vice-presidente, Índio da Costa (DEM), na tomada de decisões relativas ao Sudeste.

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