A necessidade de aperfeiçoar o diagnóstico precoce e preciso relacionado à fibrose pulmonar idiopática (FPI), doença grave e crônica, caracterizada pela cicatrização (fibrose) e rigidez pulmonar, será a tônica da “III Jornada Respirar – Doenças Intersticiais Pulmonares Fibrosantes”, que acontece no sábado, 24, no auditório do Hospital São João Batista, em Volta Redonda.

Será a primeira vez que o Sul Fluminense sedia um evento de tamanha relevância no segmento – promovido pela Serviços Médicos Respirar e Liga Acadêmica de Pneumologia da Faculdade de Medicina do UniFOA. Com palestras ministradas por referências nacionais nas áreas de diagnóstico e tratamento da FPI, a jornada é destinada a médicos generalistas e pneumologistas do estado.

Segundo o professor do UniFOA, Gilmar Alves Zonzin, idealizador do evento, o objetivo é difundir conhecimentos teóricos e práticas clínicas sobre uma patologia ainda pouco conhecida até mesmo para grande parte da comunidade médica.

– Temos a expectativa de contribuir para que o diagnóstico da FPI seja mais ágil e preciso. Com o diagnóstico feito de forma precoce, é possível apontar o tratamento que pode oferecer mais qualidade de vida e também aumento significativo de sobrevida ao paciente – afirma Gilmar Zonzin.

Embora não exista cura para a FPI, existe tratamento efetivo e capaz de controlar a sua evolução. Estima-se que a expectativa de vida média dos pacientes acometidos pela doença é de aproximadamente cinco anos após o diagnóstico, média inferior à expectativa de vida dos pacientes acometidos por vários tipos de câncer.

A FPI atinge principalmente pessoas acima de 50 anos e, com certa predominância, do sexo masculino. Apesar de comprometer significativamente a função pulmonar, os sintomas da doença, em sua fase inicial, são comuns a outras várias patologias com falta de ar, cansaço cada vez maior para realizar tarefas rotineiras e tosse seca persistente. Frequentemente, portanto, ela é confundida com asma-brônquica, enfisema (DPOC) e problemas cardíacos. Alguns pacientes também costumam acreditar que os sintomas iniciais podem ser parte do processo natural de envelhecimento.

– Embora seja classificada como rara, acreditamos que as estatísticas sobre pacientes acometidos pela FPI não retratam a real incidência da doença, já que muitos diagnósticos se mostram equivocados. No nosso trabalho, temos constatado que é crescente o número de casos da FPI – alerta Gilmar.

De acordo com o pneumologista, é fundamental que pacientes e médicos estejam atentos à presença desses sintomas sem causa identificada e que persistem mesmo após algum tratamento.

– Quando não é possível apontar uma origem clara para sintomas como tosse, cansaço e falta de ar ou quando esses sintomas não melhoram, mesmo após o tratamento para a causa inicialmente diagnosticada, o paciente deve procurar imediatamente um pneumologista. Nesses casos, é imprescindível que seja feita uma investigação mais aprofundada e especializada das queixas, inclusive com a realização de alguns exames mais específicos como tomografia de tórax e avaliação da função pulmonar, entre outros – sugere o professor e idealizador da jornada.

 

 

Foto: divulgação

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