Surgida como parte das atividades ligadas ao calendário cultural de Mambucaba, em 2017, a Feira Literária de Mambucaba (Flim) chega à terceira edição neste ano, acontecendo entre 21 e 25 de agosto, no Mambucaba Cultura e Arte, misto de hostel e espaço cultural localizado na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis.

De acordo com o criador da feira, o professor e músico Carlos Rogério Lopes de Souza, mais conhecido como Cagério, de 55 anos, a intenção inicial do evento era fortalecer a cultura e a geração de renda e emprego na região.

– A primeira Flim aconteceu em maio de 2017, com oficinas, palestras e rodas de conversa. O objetivo era incentivar a leitura. Entretanto, assim como os demais eventos do calendário cultural de Mambucaba, a Flim também mira no fortalecimento do turismo e na geração de renda e emprego – diz.

Na edição de 2019, a feira vai inovar em alguns aspectos, a começar pelo local de realização das atividades do evento. Agora, eles se concentrarão no Mambucaba Cultura e Arte. Também faz parte das novidades a seleção de um nome da área a ser homenageado, que neste ano, será o do músico e escritor Chico Buarque de Hollanda.

A Flim deste ano também pretende organizar uma maior interatividade entre as escolas que vão participar da feira. Elas apresentarão, no dia 22 de agosto, suas mostras relacionadas ao folclore brasileiro.

– Outra grande característica da Flim é ter como público-alvo os alunos de escolas de Angra dos Reis e Paraty. A programação dos três primeiros dias é voltada às escolas agendadas no evento. Em 2019, esperamos atender cerca de 1.500 crianças, com oficinas, apresentações e shows – afirma o organizador da Flim.

Apesar de apresentar dificuldades quanto ao engajamento e ao apoio por parte de alguns setores – muito, na opinião de Cagério, por conta de o bairro não estar localizado no Centro –, a Flim já começa a gerar resultados. Para o organizador do evento, os participantes da feira se mostram mais receptivos à literatura. Há também a proximidade com Paraty, que realiza anualmente a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), uma das maiores do gênero no Brasil.

– Acreditamos que a realização de qualquer atividade cultural acabe por fortalecer outras ações do tipo. Se você fortalece culturalmente uma região e uma comunidade, consequentemente as demais atividades culturais passam a ter crédito naquela região – explica Cagério.

A realização de um evento literário num período em que a queda da venda de livros é grande e que o atual governo brasileiro oferece posicionamentos percebidos como “anti-intelectuais” não é tarefa fácil. Ainda assim, Cagério e seus apoiadores persistem.

– Lutar pela cultura é um ato contínuo. Acreditamos que a cultura e a educação possam melhorar e também modificar as pessoas. Qualquer crise, seja ela social, intelectual, política etc., pode ser amenizada a partir do uso delas. Dessa forma, realizar um evento literário fortalece a autoestima e torna as pessoas mais críticas quanto a qualquer governo, independente de partidos políticos – declara o professor e músico que criou a feira.

 

 

Fotos: Vinícius Barreto de Albuquerque Medeiros

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