A opinião do Tribuna Livre:
O comportamento da grande Imprensa e, em especial, dos veículos de maior circulação e influência do país na cobertura da campanha eleitoral presidencial deste ano é um dos temas que mais assusta à cúpula do PT e da coordenação da campanha da ministra Dilma Roussef ao Palácio do Planalto. A dificuldade de costurar alianças, o risco de derrota, o financiamento da campanha nem preocupam tanto.
Como diria Lula, “nunca antes na História deste país”, a Imprensa se colocou de forma tão agressiva ou rancorosa diante de um partido e de seu candidato(a), como faz agora com o PT/Dilma. É uma constatação fácil de ser observada numa medição simples. Desde o final do ano passado, além do troca-troca de cadeiras nas redações – onde os articulistas e editores mais simpáticos a Lula foram escanteados ou defenestrados de seus cargos – a Imprensa tenta demonizar o pré-programa de Governo de Dilma, acusando-o, hora de estatista, hora de liberalizante. Dilma estaria, como sustentam os profetas do apocalipse, ‘à esquerda de Lula’ e, pior, ‘não teria controle sobre o PT’ que, após sua eleição, ‘instalaria o socialismo bolchevique’ no Brasil.
O dissabor da divulgação de pesquisas em que a ministra aparece de forma favorável é visível e notório nos ‘mas’, ‘poréns’ e ‘entretantos’ usados após cada tentativa de esclarecer esta posição momentânea da ministra.
Os petistas ainda não sabem qual o antídoto para enfrentar esta situação e esperam uma campanha marcada pelo ‘esgoto’ e os chutes ‘abaixo da linha da cintura’, apesar de o Governo Federal continuar irrigando estes mesmos veículos com vultosas campanhas publicitárias do Governo central ou de estatais como a Petrobras e a Eletrobras. No seio petista há quem defende o endurecimento proporcional aos ataques, embora haja conciliadores em busca de uma paz negociada, que permita, ao menos, uma campanha menos sangrenta.
A julgar pelas capas e reportagens principais das revistas ‘Isto É’ e, claro, ‘Veja’ (a rainha do esgoto jornalístico) nas últimas semanas, o esforço por um armistício ainda está sendo vão.
Aos leitores cabe a seleção, pura e simples, do que e em quê acreditar, percebendo, neste ou naquele veículo, as intenções ocultas em reportagens e coberturas ou a intenção expressa nos editoriais.
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