As denúncias relacionadas ao tráfico de drogas lideram as queixas e informações repassadas pela população de Angra ao serviço Disque-Denúncia (DD) local. Em 60 dias desde que foi criado, já foram feitas 167 ligações para o serviço, sendo que 90 delas relacionadas à venda de entorpecentes na cidade. Em seguida, no ranking das denúncias, vêm a violência contra a mulher (16 ligações) e notificação sobre a ocorrência de crimes ambientais (14).
Segundo a prefeitura de Angra, que patrocina o serviço, o número de informações recebidas pela Polícia e os organismos de segurança após a implantação do DD em Angra mais do que dobrou. Em janeiro deste ano, por exemplo, quando não havia o canal direto, apenas 39 pistas sobre crimes haviam chegado à Polícia pelos canais institucionais e o serviço de denúncias da Polícia Militar, por exemplo. Em junho, porém, após a estreia do Disque-Denúncia, o número saltou para 78 em apenas um mês.
Implantado pela prefeitura no início de maio, o Disque-Denúncia vem ganhando a cada dia mais apoio da população, que está mais participativa e segue dando informações que ajudam a enfrentar a criminalidade na cidade, principal objetivo da ferramenta.
O serviço funciona por meio do telefone 0300-2531177 (com custo de uma ligação local) ou via aplicativo ‘Disque Denúncia RJ’. De acordo com o Instituto MovRio, ONG do Rio de Janeiro que opera o DD, os bairros de onde mais vieram informações foram o Frade, Belém, Areal, Sapinhatubas e Monte Castelo, exatamente comunidades em que têm sido registrados confrontos relacionados à disputa de território por traficantes para a venda de drogas.
Panfletagem — Nesta terça-feira, 31, pela manhã, policiais militares realizaram uma ação de divulgação (foto) do serviço de informações no Centro de Angra. Foram distribuídos à população, no comércio e dentro dos ônibus, panfletos com os números do Disque-Denúncia. Além disso, um cartaz com as fotos de quatro bandidos procurados (conhecidos como ‘Dino’, ‘Lagartixa’, ‘Vidigal’ e ‘Juninho Nazaré’) também foi entregue aos populares. Há uma recompensa de R$ 1.000,00 por informações que levem à captura dos suspeitos. Para fazer jus ao pagamento, é preciso que a informação tenha sido cadastrada pelo Disque-Denúncia e que a polícia tenha prendido o traficante com os dados repassados (identificadas por um número de atendimento).
Poço clandestino flagrado na Ilha Grande
Informações repassadas ao Disque-Denúncia levaram policiais militares da 4ª Unidade de Policiamento Ambiental (UPAm) da Ilha Grande, em Angra dos Reis, a flagrarem um poço artesiano clandestino utilizado por dois bares da Praia do Abraãozinho, na Ilha Grande no último dia 20 de julho.
De acordo com os militares da UPAm, a equipe foi até o local com apoio de uma embarcação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea/RJ). Os dois bares pertencem a pessoas de uma mesma família. Durante a fiscalização para averiguar poluição e a captação clandestina de recursos hídricos, foi observada a existência do poço ilegal.
O caso foi registrado na 166ª DP (Angra), com base no artigo 60 da Lei de Crimes Ambientais. Também na semana passada, após denúncia anônima, os policiais apreenderam uma arma de caça no bairro Jacuecanga, em Angra dos Reis.
Foto: Divulgação / PMAR
Publicado antes na edição 220 do jornal Tribuna Livre.
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