Familiares e vizinhos de um jovem que morreu após uma perseguição policial em Angra dos Reis realizaram na noite desta quarta-feira, 26, um protesto com interdição do trânsito na rodovia Rio-Santos (BR-101), na altura de Garatucaia, divisa com a cidade de Mangaratiba. O jovem Guilherme Oliveira Santos, de 18 anos, morreu na noite desta terça-feira, 25, após dar entrada na emergência do Hospital Geral da Japuíba, em Angra, vítima de um acidente de trânsito quando fugia de uma perseguição policial. A família diz que o rapaz foi baleado.

De acordo com a Polícia Militar, Guilherme e outro jovem, ambos moradores de Conceição de Jacareí, em Mangaratiba, estavam numa moto quando foram abordados numa blitz policial de rotina na região da Caputera, em Angra dos Reis. A moto estava em alta velocidade e tentou escapar da abordagem dos PM’s. Houve uma perseguição por vários quilômetros com troca de tiros entre a viatura e a motocicleta. Os disparos em direção ao veículo policial teriam sido feitos pelo carona da motocicleta, exatamente Guilherme. A polícia revidou e o condutor da moto acabou perdendo a direção e caindo. Ao abordarem a dupla, os policiais dizem ter encontrado uma pistola calibre 38, com três munições intactas e duas deflagradas. Um pequena quantidade de pó branco também estava em posse de um dos rapazes (foto).

O Hospital Geral da Japuíba confirmou que Guilherme foi levado à unidade pelos próprios policiais que participaram da ocorrência. Ele deu entrada por volta das 23h e já em estado de óbito. O estado de saúde do outro rapaz envolvido e a sua idade não foram divulgados.

Em entrevista ao Tribuna Livre, por telefone, uma moça que se identificou como prima de Guilherme negou que o rapaz tivesse envolvimento com atos ilícitos e contestou a versão dos policiais. Ela disse que o protesto seria para chamar a atenção para a abordagem que tem sido feita pela Polícia Militar. Como o caso foi registrado na 166ª Delegacia Policial (Angra), a ocorrência ainda passará por uma investigação.

Para interditarem a rodovia, os manifestantes usaram pedaços de madeira e galhos de árvores. Também atearam fogo em alguns materiais. A Polícia Rodoviária Federal e a própria PM estiveram no local negociando o fim do protesto e a liberação da pista  que ficou interditada e causou engarrafamento de vários quilômetros em ambos os sentidos.

Fotos: PMERJ e Reprodução

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