Cláudio Ferreti será prefeito a partir de 1º de janeiro de 2025 | Foto: Reprodução

Quem tem a oportunidade de conversar ao menos por meia hora com o prefeito eleito de Angra dos Reis, Cláudio Ferreti (MDB), sobre os rumos que ele pretende dar à cidade e ao seu governo a partir de janeiro, fica impressionado com a clareza com que o prefeito eleito trata destes temas e os explica ao interlocutor. Na cabeça de Ferreti, a cidade que ele deseja entregar no final de sua gestão, em 2028, já está ‘desenhada’. As palavras que não saem da boca do prefeito eleito nestas conversas são ‘modernização’, ‘diálogo’ e ‘legado’.

Ferreti quer modernizar a gestão pública em Angra. Estabeleceu metas e projetos para entregar, já no primeiro ano de governo, com foco na saúde pública, educação e melhoria dos procedimentos internos da própria prefeitura, como as compras governamentais, por exemplo. Uma modernização que contará com uma equipe majoritariamente jovem de gestores, alguns já testados e aprovados na gestão do prefeito Fernando Jordão (2017-24).

Outro tema que não sai da cabeça do prefeito eleito é o saneamento básico. Ainda sob o impacto da escassez de água este ano, que teve reflexos na campanha eleitoral, Ferreti deseja, em quatro anos, mudar completamente o quadro, aumentando os investimentos em captação, distribuição e tratamento de água, além, claro, da coleta e tratamento de esgoto. Parte dos projetos será financiado pelo governo federal, por meio do PAC, que acenou com R$ 225 milhões para o saneamento na Japuíba. Neste desenho, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae/AR) passa a ter função apenas de administração do sistema e cobrança, enquanto que os novos projetos ficarão sob a gestão da secretaria de Obras e Infraestrutura. Nas conversas políticas, Ferreti também indica o saneamento como área prioritária para a captação de novos recursos por meio de emendas aos orçamentos estadual e federal. Avançar em parcerias com Rio e Brasília é outra determinação do futuro prefeito.

Ferreti também fala muito em ‘legado’. E quer deixar o seu, ao fim dos quatro anos iniciais da próxima gestão. Ele tem inclusive uma lista com ’38, quase 39′ projetos que acredita vão marcar a sua passagem pela prefeitura na posição de comando. Engenheiro e servidor público há quase 40 anos, Ferreti conhece como poucos a máquina pública, inclusive os seus gargalos. E está otimista com o futuro da cidade, sem prever as dificuldades de orçamento vividas, por exemplo, pelos ex-prefeitos Tuca e Conceição (2009-16). Para 2025, o orçamento deve alcançar os R$ 2,4 bilhões. A meta ousada de Ferreti é levar a arrecadação angrense a um patamar próximo de R$ 6 bilhões por ano até 2028, projetando expansão de retorno da atividade de petróleo e gás e de iniciativas de desenvolvimento local.

Com uma visão de longo prazo, planejamento e uma vontade grande de acertar, Ferreti se coloca diante do desafio de corresponder ao sentimento de mudança da maioria do eleitorado (expresso nas urnas), mesmo estando à frente de um grupo de gestão que, nos últimos anos, a despeito de bons resultados, teve poucas iniciativas inovadoras na administração do município. Esta consciência aliás, por si só, já faz dos planos de Ferreti uma ambição em relação ao que Angra viveu nos últimos 20 anos, pelo menos.

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