Fotografias fazem parte da mostra na Casa de Cultura | Foto: Divulgação/PMAR

A Casa de Cultura Poeta Brasil dos Reis, no Centro de Angra, abriga nas próximas semanas a exposição ‘Entre roda e raiz: jongo do Quilombo do Bracuí’, convidando o público a uma imersão na cultura ancestral do jongo, manifestação do quilombo de Santa Rita do Bracuí, nos arredores da cidade.

A mostra foi co-organizada em parceria com a comunidade do Bracuí e apresenta fotografias de homens, mulheres e crianças em plena vivência do jongo. Flâmulas recriam ainda a formação da roda, imergindo os visitantes na manifestação que coloca em evidência a cultura negra. Tambores originais utilizados nas rodas do Bracuí também estão em exibição.

— Reforçar a importância do jongo do quilombo do Bracuí aos angrenses e turistas é ajudar a não deixar que uma história marcada por escravidão, resistência e liberdade seja esquecida — conta o secretário de Cultura de Angra, Andrei Lara.

História — Estabelecido em terras que pertenceram ao comendador José Joaquim de Souza Breves, um dos maiores traficantes de escravizados do Brasil, o quilombo representa um símbolo de luta por direitos e preservação cultural. Seus habitantes seguem transmitindo essa herança, mantendo acesas suas raízes e o legado africano. No coração dessa resistência cultural está o jongo, uma manifestação ancestral que une música, dança e canto.

Nas rodas do quilombo do Bracuí, os três tambores — tambu, candongueiro e tambor menor — ressoam junto aos pontos, como são conhecidos os cantos improvisados que trazem tanto os ensinamentos dos antigos jongueiros quanto temas contemporâneos da comunidade.

Preservando o jongo de tradição, de pés descalços e conectado à cultura local, o quilombo do Bracuí mantém-se distante de conotação turística e fortalece sua autenticidade e o símbolo de resistência e identidade quilombola, resgatado e apropriado pelas novas gerações.

A exposição ‘Entre roda e raiz: jongo do quilombo do Bracuí’ pode ser vista na Casa de Cultura Poeta Brasil dos Reis na rua do Comércio, nº 172, no Centro. O horário para visitação gratuita é das 10h às 19h, de segunda a sexta; e das 11h às 16h aos sábados, domingos e feriados.

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