Carla e o candidato a vice, Saulo (E), com o ex-prefeito Edson Lacerda | Foto: Reprodução

As duas principais campanhas à prefeitura de Paraty travam batalhas judiciais, além da disputa pelos votos dos eleitores. Neste momento, tanto Zezé Porto (Republicanos), quanto Carla Lacerda (MDB), tentam impugnar um ao outro.

De um lado, a coligação do candidato a prefeito Zezé pede à Justiça Eleitoral a impugnação da candidatura de Carla, sob a alegação de que a ex-secretária de Saúde seria inelegível devido à antiga relação afetiva com o atual prefeito, Luciano Vidal (MDB). Os dois de fato tiveram um relacionamento que teria perdurado até durante o período do atual mandato, ensejando argumento de inelegibilidade por possível ‘sucessão de cônjuge’, o que é proibido pela lei eleitoral atual. Os dois, no entanto, estão publicamente separados há mais de três anos.

A lei eleitoral não menciona, no entanto, especificamente a ‘companheira’ como sucessora, mas os advogados argumentam que a união estável poderia ser tratada da mesma forma que o casamento em relação às obrigações. A defesa de Carla já apresentou argumentos à Justiça e um dos assessores da candidata afirmou que o argumento da campanha de Zezé é ‘fraco’.

O ex-prefeito Zezé disputa novamente a prefeitura | Foto: Reprodução

Gestão — Já Zezé Porto enfrenta uma parada judicial mais séria. O próprio Ministério Público do Rio de Janeiro pediu que o registro de sua candidatura seja indeferido. Zezé foi prefeito entre os anos 2005 a 2012 e teve contas de gestão rejeitadas pela Câmara de Vereadores em episódios já tratados pelo Tribuna Livre. Apesar disso, porém, o mesmo Zezé conseguiu ser candidato em outras ocasiões, inclusive em 2020 e 2022. Em 30 de março de 2021, a Câmara declarou Zezé inelegível por oito anos. Nenhuma decisão judicial posterior suspendeu os efeitos dessa condenação.

Zezé concorre desta vez pela coligação ‘Paraty por todos’, que reúne os partidos Republicanos, Podemos, DC, Mobiliza, Agir, PSD e Avante. Em 2006, durante seu mandato como prefeito de Paraty, Zezé teria concedido uma subvenção ao sindicato dos funcionários públicos, considerada irregular por não ter a devida autorização legislativa e pela falta de prestação de contas dos recursos utilizados. Um parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ) também reconheceu as irregularidades na gestão Zezé e chegou a listá-lo entre o rol de ex-gestores considerados ‘ficha suja’ por causa de condenações do Tribunal de Contas.

A expectativa das duas candidaturas é que ambos os casos sejam julgados já nos próximos dias, o que pode mudar mais uma vez o rumo da disputa eleitoral em Paraty. O terceiro candidato à prefeitura é o tenente coronel PM Rodrigues (PL), ex-comandante da 2ª CIPM (Paraty).

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