O Polo Sociocultural Sesc Paraty está recebendo desde a semana passada, a exposição ‘Tudo que não cabe em mim’, do artista Marcos Cardoso. Criada especificamente para a cidade, local que marca sua história de vida, a mostra apresenta trabalhos históricos de coleções privadas, e inéditos realizados especialmente para a ocasião. Conhecido por utilizar materiais descartáveis ou pouco duráveis, Marcos traz ao público peças produzidas com pontas de cigarro, palitos de fósforo e tiras de borracha, que se transformaram em obras de arte a partir do olhar de gratidão e alegria do artista para a Cidade Histórica.
— Num primeiro momento, a mostra é uma declaração de amor a Paraty, fazendo uma leitura afetuosa de sua paisagem. Como a Igreja de Santa Rita, feita com rótulos de açúcar e biscoito ou as janelas coloridas de seus casarios feitas com papel picado, numa abordagem romântica das tradicionais pinturas a óleo muito comuns na cidade. Em outro momento, levo o visitante a conhecer as diversas técnicas que desenvolvi durante estes tais 30 anos, com trabalhos feitos com guimbas de cigarros, tiras de chinelos e bambolês — explica Marcos Cardoso.
A exposição compõe o amplo trabalho de incentivo às artes visuais, realizado pelo Sesc Paraty, a partir de processos de formação artística, mediação cultural e pesquisa de linguagem, em diálogo com as comunidades locais e profissionais de diversas localidades brasileiras. As obras resgatam a história de Cardoso em Paraty, envolvendo artistas locais de diferentes gerações.
A visitação seguirá até 25 de fevereiro de 2024, no Sesc Santa Rita, no Centro Histórico. No período da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, entre 22 a 26 de novembro, a exposição contará com uma ação artística extramuros. Um cortejo performático que referencia a cultura popular em suas várias instâncias (literatura, dança, música e plasticidade) percorrerá o famoso ‘Passos da Paixão’, localizado no Centro Histórico da cidade.
Nascido no Rio, Marcos Cardoso (foto) mudou para Paraty aos 10 anos e passou a juventude na cidade, trabalhando como pescador. Aos 23 anos, retornou à cidade natal onde descobriu sua vocação: a arte contemporânea. Atualmente, seus trabalhos podem ser encontrados em coleções institucionais como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, Museu de Arte do Pará, Museu Afro-Brasil, Museu de Arte do Rio de Janeiro, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Museu das Onze Janelas, além das instituições internacionais Fondation Cartier pour l’Art Contemporain na França e Museu da Gravura da Espanha, dentre outras importantes coleções privadas.
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