Aurélio Marques já foi chamado de tudo na política de Angra. Menos de irrelevante. Desde que entrou na vida pública, há exatos 20 anos, a cada nova disputa eleitoral, Aurélio ressurge, renascido, para desempenhar papel de desequilíbrio. Foi assim, por exemplo, no ano 2000, quando deu aval para a primeira vitória de Fernando Jordão para a Prefeitura e pode ser assim de novo agora, doze anos depois, quando mais uma vez hipoteca seu capital eleitoral a favor do mesmo Fernando, que reconhece publicamente a importância do antigo/novo parceiro.

 – Era importante ter o Aurélio conosco. Ele já esteve ao lado do PT e sabe que aqui é muito melhor – disse o peemedebista.

 Curiosidade ou não, todas as vezes que estiveram separados, ambos sofreram derrotas. Em 2006, por exemplo, Aurélio não se reelegeu deputado estadual. Em 2010 foi Fernando que não conseguiu ser eleito deputado federal. Dois anos antes foi Aurélio o derrotado ao ver frustrado o sonho de disputar a Prefeitura.

 Agora os dois terão a chance de testarem a popularidade. As críticas feitas por Aurélio ao PMDB e a Fernando nos últimos anos, e as de Fernando a ele, são passado. Em campo, os dois voltaram a falar a mesma língua, num discurso, por vezes raivoso contra o PT e sua candidata, a professora Conceição Rabha. Mesmo com a polêmica, se vencer, Aurélio estará reabilitado como ‘pé-quente’.

No gráfico abaixo, as ‘andanças’ partidárias de Aurélio em seus vinte anos de vida pública.

Publicado antes na edição impressa do Tribuna Livre (julho/2012).

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