Prefeitura promete estar ao lado dos trabalhadores | Foto: Lucas Lugão/PMAR

O futuro e as perspectivas para uma possível retomada das atividades no porto de Angra foram debatidas na semana passada durante reunião entre a prefeitura e representantes dos trabalhadores portuários e de categorias associadas ao terminal. Arrendado a operadores privados desde 1999, o porto de Angra poderá voltar às mãos da União em 2024, de acordo com informes ainda não confirmados oriundos da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), dona da área.

— Tivemos uma reunião na semana passada com a operadora atual e eles informaram que Docas não gostaria de renovar o arrendamento do porto de Angra. Ficamos preocupados. A concessão termina em dezembro deste ano. A situação é preocupante para os trabalhadores do porto e suas famílias. Já temos outra reunião marcada para começarmos a buscar outra solução — explicou Daniel Leal de Santana, presidente do sindicato dos Estivadores no encontro com o prefeito angrense, Fernando Jordão (PL).

Além de Fernando, estavam no encontro, o secretário de Governo, Cláudio Ferreti; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Aurélio Marques; e a deputada estadual Célia Jordão (PL). A baixa movimentação de carga no porto é outro motivo de preocupação. Desde o final de 2010, após chuvas destruírem o ramal ferroviário entre Barra Mansa e Angra, a cidade não recebe mais cargas transportadas por trens. A própria prefeitura destruiu parte da linha férrea durante a reforma da avenida Ayrton Senna, na praia do Anil, e em outros trechos onde a ocupação imobiliária avançou sem controle.

— Tiramos uma comissão e vamos trabalhar juntos para que possamos movimentar carga no porto de Angra. Meu pai sempre dizia: ‘quando o porto vai bem, o dinheiro circula pela cidade e a cidade vai bem’. Vamos buscar a união da prefeitura com os trabalhadores, o governo do Estado e o governo federal, para trazermos tranquilidade para a família portuária — prometeu o prefeito.

As soluções, no entanto, não são exclusivamente de natureza política e dependeriam de alto investimento, seja privado ou da União. Um outro imbróglio cerca a discussão, pois envolve a concessão da linha férrea, hoje pertencente à empresa VLI, que também tem interesse em devolver o ramal à União. No ano passado, a prefeitura angrense chegou a anunciar uma parceria em prol do escoamento de materiais do porto seco de Minas Gerais. Nenhuma negociação, no entanto, avançou. Mesmo assim o município reafirmou compromisso com a causa dos trabalhadores.

— A atividade portuária é de suma importância para o município e sempre quando foi preciso a prefeitura esteve presente. Já diminuímos o ISS de 5% para 2% não só para a atividade principal de Docas, mas também para todas as empresas que lá trabalham. Nessa questão transitória do fim da concessão, estamos trabalhando e faremos o possível para avançarmos e ajudarmos esta atividade econômica que é de suma importância para o nosso município — avaliou o secretário Cláudio Ferreti.

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