Angra dos Reis abriga duas usinas nucleares em funcionamento | Foto: Divulgação

Técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram esta semana em Angra, uma vistoria conjunta na usina Angra I em continuidade ao monitoramento do evento de vazamento de efluentes radioativos no mar da baía da Ilha Grande, ocorrido em setembro do ano passado. A vistoria foi realizada duas semanas após o Ibama relatar o vazamento na unidade, que entrou em funcionamento em 1985. Esta é a primeira vez, aliás, que a empresa gestora da central nuclear admite o vazamento de material potencialmente radioativo para o ambiente externo.

No dia 24 de março, o Ibama informou que a Eletronuclear tardou quatro meses para admitir o despejo de substâncias radioativas da usina nuclear Angra I no mar. O vazamento ocorreu em setembro do ano passado e, segundo o instituto, só foi reconhecido pela estatal em janeiro deste ano.

Em nota, a Cnen informou que a vistoria em dois dias desta semana foi acompanhada por representante da Procuradoria da República em Angra e incluiu monitoramento radiométrico e novo recolhimento de amostras, para análises pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) da própria Cnen. Foram selecionadas amostras de sedimentos e água, nos locais potencialmente afetados.

As análises já realizadas pela Cnen demonstraram que as liberações de efluentes ocorreram abaixo dos limites estabelecidos, como afirmou em nota também a Eletronuclear. Tão logo as novas análises estejam prontas, será emitido novo relatório.

Na próxima semana, a Câmara Municipal de Angra dos Reis convocou a Eletronuclear para reunião pública a fim de discutir o incidente. A empresa passa por mudança na diretoria, com a indicação de um advogado de Minas Gerais para assumir o comando da estatal.

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