Como se já não bastasse o enorme desafio que representa a busca por votos, os candidatos têm um outro obstáculo a vencer: assegurar o interesse das pessoas em ir votar. Isso porque há sondagens indicando que mais da metade dos eleitores não pretende, ou ainda não sabe, se vai comparecer às urnas no dia 7 de outubro. O desgosto com o noticiário e com os políticos em geral pode ser a explicação. Segundo levantamento informal a que o Tribuna Livre teve acesso, o desinteresse em Angra seria maior que o da média brasileira, que oscila hoje entre 25% a 30%, em geral.

Em entrevista para o programa Ponto Final, na Internet, o candidato Venissius (PRP) (foto), que disputa a vaga de deputado federal em sua primeira campanha majoritária, disse que encontra eleitores desanimados sim e que tenta convencê-los a não abrirem mão dos seus votos e do seu direito de escolha.

— Tenho conversado muito. E quando eu encontro alguém que diz que não vai votar, aí mesmo é que eu vou e passo até meia hora se for o caso. Quem está indignado são as pessoas de bem e se as pessoas continuarem assim, sem fazer nada, a situação vai piorar — acredita o candidato, que tem a campanha mais visível em Angra neste momento.

O número de abstenções ou faltas em Angra dos Reis impressiona por diversos fatores. O desânimo com os políticos pode ser um deles. Há dois anos, por exemplo, nas eleições de 2016, apesar da quantidade alta de candidatos a prefeito e a vereadores, dos 129 mil eleitores aptos a votar, apenas 101 mil compareceram às urnas. E destes, 7,3 mil votaram em branco ou nulo. Neste caso o índice dos que ‘não votaram’ ficou em 22%.

Este ano, o número de eleitores aumentou para pouco mais de 130 mil, mas as taxas de rejeição nas pesquisas estão um pouco acima das de 2016. Em todo o Brasil há desânimo dos votantes e um esforço de conscientização até mesmo da Justiça Eleitoral.

— O eleitor deveria entender que não há solução boa para o país se ele não participar do processo. Ao deixar de ir votar, ele passa a responsabilidade que é sua para outras pessoas que decidirão por ele e podem até não fazê-lo bem. Cada um deve assumir o seu papel — afirma o professor Carlos Gilberto Souza, que dá aulas de História.

Estatística — Pelos cálculos de candidatos como Veníssius, seriam necessários ao menos uns 25 mil votos para que um candidato de Angra dos Reis conquiste uma vaga no Congresso ou na Assembleia Legislativa do Estado. Isso depende, claro, dos partidos a que pertençam estes candidatos e se estão ou não em eventuais coligações. O Rio elegerá 46 deputados federais e 70 deputados estaduais.

Se o eleitor angrense comparecer em peso e votar em candidatos da região, a chance de que algum deles seja eleito é bastante grande, portanto, segundo as estatísticas recentes. Em 2014, a cidade ajudou a eleger dois deputados federais mas nenhum deputado estadual. Fernando Jordão (MDB) e Luiz Sérgio (PT) foram os campeões de voto na cidade. Já para a Assembleia do Rio, desde 2002 a cidade não elege representante.

(*) Publicado antes na edição impressa nº 226 do Tribuna Livre.

Foto: Divulgação

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