A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE/RJ) do Rio de Janeiro propôs ação contra o deputado estadual reeleito Renato Cozzolino (PRP), de 27 anos, por abuso de poder político e econômico e por conduta vedada na campanha deste ano. Agora o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ) terá de analisar o pedido de cassação do mandato do parlamentar. O julgamento da ação interessa diretamente à primeira suplente do PRP, a primeira-dama de Angra dos Reis, Célia Jordão. Caso Cozzolino seja cassado, seria ela quem assumiria o mandato parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) a partir de 2019.

De acordo com a Procuradoria Eleitoral, Cozzolino teria se mostrado ao eleitorado de sua cidade natal, Magé, na Baixada Fluminense, como responsável por promover ações sociais de órgãos estaduais. Também responde à ação no Tribunal Eleitoral a ex-prefeita de Magé, Núbia Cozzolino, tia do deputado. Ela é acusada de abuso de poder econômico por ter oferecido dinheiro para cooptar votos para o sobrinho.

O TRE julgará os pedidos de cassação do diploma do deputado e para tornar ambos inelegíveis nos próximos oito anos ainda este ano. A PRE requereu para Renato Cozzolino (foto) também a condenação a pagar uma multa de até cem mil UFIR’s (cerca de R$ 330 mil), dada a gravidade de os atos abusivos terem sido praticados por legislador.

Na ação, a PRE/RJ reproduziu documentos e imagens que corroboram a vinculação dos eventos à figura do político, visando associar à sua reeleição a manutenção de serviços como exames de vista, doação de óculos, atendimento odontológico e emissão de documentos (Detran). Para o procurador regional eleitoral Sidney Madruga, autor da ação, o político também foi beneficiado pela veiculação maciça de propaganda irregular em seu reduto eleitoral, pois ônibus e carros circularam com adesivos que divulgavam seu sobrenome.

— Ele usou durante largo período de propaganda irregular para impulsionar a campanha, de forma ostensiva e hábil a interferir na consciência do eleitor e, assim, influenciar o resultado do pleito. Esse estratagema ultrapassou os limites da veiculação de propaganda e se tornou verdadeiro abuso de poder econômico, o que enseja a cabível reprimenda — afirmou o procurador regional eleitoral.

Em relação a Núbia Cozzolino, a PRE citou que ela discursou numa reunião onde teria oferecido dinheiro (R$100) em troca de ‘apoio político’ a Renato Cozzolino. O abuso de poder econômico se caracterizaria, então, pelo uso de poder financeiro para obter vantagem na disputa eleitoral. O jovem Cozzolino teve 33.597 votos em outubro e foi o mais votado da legenda. Só em Magé, ele obteve 24,5 mil votos. O PRP elegeu ainda o deputado Bruno Dauare, com 24,8 mil votos. Célia, a primeira suplente, alcançou 20,3 mil votos.

Governador Witzel — Além da possibilidade de assumir o mandato de deputada pela cassação do titular eleito, a primeira-dama de Angra ainda pode ser beneficiada por uma aproximação entre o prefeito angrense, Fernando Jordão (MDB), e o governador eleito, Wilson Witzel (PSC). Os dois viajaram juntos para Israel na semana passada e especula-se se entre as conversas não estaria a possibilidade de Célia ascender ao parlamento com convites para Cozzolino ou Dauare ocuparem cargos na gestão estadual.

O Tribuna Livre aguarda posição do mandato de Renato Cozzolino sobre as suspeitas da Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

Com informações da assessoria da PRE/RJ

Fotos: Reprodução/redes sociais

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