Prefeito por três vezes de Angra dos Reis, com mandatos sempre bem avaliados e deputado federal em duas ocasiões, Fernando Jordão (MDB) é o principal avalista das pré-candidaturas de sua esposa Célia Jordão e do ex-secretário de Governo de Angra, Marcus Veníssius Barbosa. Ambos deixaram a administração municipal no início deste mês para atender à lei eleitoral e assim estarem à disposição para possíveis candidaturas à Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) e à Câmara dos Deputados, em Brasília. Também por causa da lei eleitoral nenhum dos dois pode adiantar ainda se o interesse em serem candidatos será confirmado.

— Eu quero ser deputado federal. Não depende de mim e sim de uma série de fatores, mas desta vez eu quero. Se eu tiver a oportunidade de disputar, eu irei — disse Veníssius ao Tribuna Livre no ano passado.

Em novembro, também durante outra entrevista exclusiva ao Tribuna, a então secretária de Desenvolvimento Social, Célia Jordão, também admitiu o desejo de ser candidata, só que ao parlamento estadual.

— Sempre ajudei candidatos de outras cidades mas hoje, na condição em que o município está, não devíamos abrir mão desta representação — explicou Célia na época.

Desde 2002, Angra não elege deputados estaduais locais. O último foi Aurélio Marques (2003-06), curiosamente ou não, vencedor no auge de popularidade do mesmo Fernando Jordão em seu primeiro mandato (2001-04).

Legislação — A campanha eleitoral só começa em julho. Mas até o dia 15 de agosto, Célia, Venissius e os demais pré-candidatos da cidade (veja abaixo) ainda têm uma série de restrições para se apresentarem aos eleitores, sob o risco de serem acusados de fazer campanha eleitoral antecipada.

Entre os dois afilhados de Fernando Jordão, apenas o destino político de Veníssius é conhecido. Ele informou ter filiado-se ao Partido da República (PR) para onde migraram também outros egressos do MDB. A expectativa no comando da legenda é de que seja possível eleger até oito deputados federais. Já Célia Jordão ainda não teria escolhido a legenda, embora haja possibilidade que ela tenha filiado-se ao PRP, partido do ex-governador Anthony Garotinho que pode vir candidato a deputado estadual e assim puxar os chamados ‘votos de legenda’.

Região pode ter número grande de candidatos

Como ocorre em todo processo pré-eleitoral em Angra dos Reis e região, o número de lideranças políticas que anunciam a intenção de serem candidatos sempre é grande. A disputa a deputado estadual é a que recebe maior atenção. Segundo levantamento informal feito pelo Tribuna Livre, poderá chegar a até sete o número de candidatos da região nas disputas à Assembleia Legislativa do Rio e Câmara dos Deputados, em Brasília.

Uma das quase certezas é a candidatura à reeleição do deputado federal Luiz Sérgio (PT), ex-prefeito de Angra entre 1993 a 96. Esta seria a sexta disputa consecutiva do parlamentar, até aqui sempre reeleito. Além dele e de Veníssius Barbosa ainda não há outras pré-candidaturas a deputado federal já anunciadas.

Já para a Assembleia Legislativa há bem mais nomes além do da ex-secretária de Desenvolvimento Social, Célia Jordão (sem partido). O médico e servidor público Christiano Alvernaz (PRB) já anunciou a disposição de disputar a eleição. Ele foi candidato a prefeito em 2016 e ficou em segundo lugar. O Partido dos Trabalhadores em Angra avalia indicar um nome à disputa, que poderia ser o do ex-vereador Antônio Cordeiro (2009-12).

O ex-jogador de futebol Rogério Pinheiro já teria revelado a intenção de ser candidato e ainda há a pré-candidatura do presidente do Sindicato dos Vigilantes de Angra, Maurício Conceição (PSB). Em Paraty, o nome do vice-prefeito Luciano Vidal (MDB) é tido como uma das possibilidades também para deputado estadual. Todas as candidaturas terão de ser confirmadas até julho.

Saídas causam mudanças no secretariado de Angra

As saídas de Célia Jordão e Marcus Veníssius da prefeitura, levaram o prefeito Fernando Jordão a fazer mudanças pontuais no secreta-riado. Na sexta-feira, 6, foi o último dia de trabalho dos dois. A função de Venissius foi assumida pelo servidor público da prefeitura, o engenheiro Alexandre Geovanetti, que já tinha ocupado a função de secretário de Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade.

Segundo Veníssius, o nome de Geovanetti foi escolha do próprio prefeito. A missão dele será manter a prefeitura funcionando e recuperando a capacidade de investimento.

— É manter o salário dos servidores em dia e honrar os compromissos da prefeitura — resumiu Venissius.

Já para o lugar de Célia Jordão na secretaria de Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania ficará o ex-vereador Jorge Eduardo Mascote (MDB). A mudança também deslocou Munir Francisco, irmão do ex-prefeito de Volta Redonda, Francisco Neto. Nos bastidores é dado como certo que a demissão de Munir representou uma cisão política entre o ex-prefeito e o prefeito de Angra e que Munir poderia inclusive ser candidato a deputado estadual. A conferir.

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Publicado antes na edição 210 do jornal Tribuna Livre.

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